Vamos por parte:
Quando se fala em taxa de juros no Brasil, vem a mente de imediato a taxa SELIC, que é diariamente veiculada na imprensa (principalmente às vesperas da das reuniões do COPOM - Comitê de Política Monetária) e tem maior notoriedade, mas o que é a taxa SELIC?
Sigla de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É um sistema computadorizado do Banco Central onde são registradas todas as operações de débitos e créditos feitas apenas entre bancos e demais instituições financeiras credenciadas. Seu funcionamento é parecido com o sistema de compensação de cheques só que para títulos públicos. É por meio dessas trocas que o governo consegue dinheiro emprestado dos bancos. Pela SELIC, portanto, é possível calcular a média dos juros que o governo paga aos bancos que lhe emprestam dinheiro. Essa média, que é a taxa SELIC, serve de referência para o cálculo de todas as outras taxas de juros do País. Por isso ela é também chamada de taxa de juro básico
Diante disso:
"Taxas de juros altas, 1) desetimulam o crédito; 2) impacta o câmbio tirando a competitividade dos nossos produtos no exterior; 3) redireciona e instiga a vinda de capital especulativo; 4) torna mais caro e muitas vezes inviável o investimento na produção; 5) indiretamente gera desemprego; etc".
Com o crédito mais caro, cai o consumo de bens duráveis que são comumente adquiridos através de financiamento de médio e longo prazo, com isso temos uma queda no consumo, há menos pressão na demanda por moeda, consequentemente menores índices inflacionários.
Com o impacto no câmbio, há uma queda no volume de exportações, o que desestimula nossos empresários a comprar matéria prima e insumos no mercado interno, ou ao menos investir no aumento de sua produção, com isso há menos pressão na demanda por moeda, consequentemente menores índices inflacionários.
Taxas altas instiga a vinda de capital especulativo e torna mais caro e muitas vezes ilógico o investimento na produção, com isso ao invés de gastar dinheiro comprando produtos e insumos, como dito no parágrafo anterior, o dinheiro é direcionado a especulação, dados os juros altos, diminuindo as pressões inflacionárias.
Com desemprego elevado há menos renda e consequentemente menos demanda por dinheiro na economia, consequentemente menores índices inflacionários.
Enfim o dinheiro é um bem, e tem um custo, que é representado pelos juros. O excesso de dinheiro em circulação gera inflação, se você quer reverter este processo terá que aumentar o "preço" do dinheiro para diminuir sua demanda. Sendo o "preço" do dinheiro os juros, aumentasse então... os juros.
Valeu?
Barbosa.