Oba! Porrada...
Sr. B.C. (KKKKKKKKKKKKKK). Essa foi ótima.
-- Juros podem ser um instrumentos de estímulo da demanda?
Sem dúvida, direta ou indiretamente. Mas em se tratando de economia, nem sempre, quase nunca, alterar uma única variável garante os resultados almejados. Portanto, sim (ceteris paribus).
-- 1) vc concorda que, se o governo brasileiro reduzir a taxa de juros de 11% para 6%, trará algum estímulo à demanda ou ao menos não trará retração à demanda?
Concordo (ceteris paribus).
-- 2) Vc concorda que a expansão dos gastos públicos trará expansão da demanda?
Óbvio (ceteris paribus)
-- 3) vc concorda que a desvalorização planejada do câmbio trará alguma expansão da demanda a médio prazo ou ao menos não trará retração da demanda?
Aí temos um caso complexo: Veja bem: A desvalorização monetária só tem efeitos práticos (no curto ou médio prazo) se vier acompanhada por políticas monetárias ou fiscais contracionistas.
Por que? deve estar se perguntando. Simples, uma desvalorização na moeda local gera um aumento instantaneo na demanda por meio do aumento das exportações. Dada que a oferta no medio prazo é fixa. Imediatamente a produção passa a ser dirigida para o mercado externo e no mercado interno haverá desabastecimento e consequente aumeto de preços. Este aumento será generalizado e em pouquíssimos dias um processo inflacionário estaria implantado no país.
Diante do fato a expansão na demanda externa seria compensada pela retração na demanda interna. Haveria portanto apenas um redirecionamento na demanda e não uma expansão propriamente dita.
Logo, não posso concordar com essa afirmação, pois há outras variáveis a serem levadas em consideração. E mesmo que tais variáveis permaneçam constantes o processo inflacionário seria uma certeza que poderia mexer com as expectativas dos agentes econômicos tanto no médio quanto no longo prazos.
Mesmo que os preços permaneçam governamentalmente congelados, deve se lembrar do que ocorreu durante os Planos Cruzados I, II, III, IV, ...
-- 4) vc concorda que a expansão da demanda favorece o emprego?
Neste caso concordo com você, mas não de forma plena. Por exemplo, uma expansão na demanda por serviços bancários, não requer a mesma quantidade de trabalhadores que uma expansão na demanda em setores como siderurgia e metalurgia.
Acho que teria que fazer uma análise ao contrário, ou seja, o emprego como fomentador da demanda. Dessa forma, poderiamos almejar que a demanda aumentaria proporcionalmente à medida que os ganhos de produtividade fossem repassado aos trabalhadores (vide o Fordismo americano), gerando um ciclo virtuoso onde mais empregos geraria mais salários, o aumento da produtividade (vide o exemplo dos bancos) melhoraria os salarios já existentes e, estes dois pilares juntos, sustentariam o aumento contínuo da demanda (contínuo, mas não proporcional). Oque por sua vez seria um estímulo a geração de mais empregos e mais busca por ganhos de produtividade, dando continuidade ao ciclo.
Fatores como, repasse integral (ou não) de ganhos de produtividade; aumento populacional; propensão marginal a consumir ou poupar, dentre várias outras variáveis determinaria sua resposta de forma mais clara e próxima da realidade.
-- 5) Vc tem certeza que certeza, especialmente em teoria econômica, está mais perto da ignorância do que do entendimento da realidade?
Felizmente isso não se aplica a mim e pelo visto nem ao Nobel de Economia o "chegado" Paul Krugman. Pelo menos quase tudo que eu previ, tem acontecido.
-- tem alguma utilidade para nosso debate acerca da política econômica?
O que, a "certeza"?
-- as políticas de juros baixos, câmbio desvalorizado e crescimento dos gastos públicos são as políticas mais fundamentais de estímulo ao crescimento econômico?
Bom, minha opinião é a seguinte:
Não há políticas certas ou erradas se não sabemos as metas a qual o Governo persegue. No caso específico do Brasil, como já tenho dito a mais de dois anos aqui no YR!, sou contra a utilização tão enfática da taxa de juros como a única forma de controle inflacionário. Acho que já poderiamos estar com uma taxa próxima dos 6% e até mesmo com uma inflação um pouco maior, mas sob controle. O câmbio sou a favor da permanência do flutuante. Em relação aos gastos públicos, sou a favor de uma queda drástica ou ao menos gastos de forma responsável, com sensatez e consciente, algo que não existe hoje neste governo.
Esta é minha opinião.
Barbosa.